Desculpa,
caro leitor.
Ceci
n’est pas* un texte. Este não é um texto, não mesmo.
Esta,
mais que nunca, não é uma crônica.
Isto
não é uma ideia.
Este
é um bloqueio criativo. Aquele sintoma que, quanto mais acontece, mais tende a
acontecer.
Chegam
determinados momentos da vida em que tudo é mais do mesmo. O clichê me
entendia.
Aqueles
que convivem comigo, com frequência se cansam dos meus discursos, sempre
repetidos. Eu também me canso deles. Desculpa.
Nos
últimos dias, eu comecei inúmeros textos e travei antes mesmo de
desenvolvê-los, porque eram previsíveis. É, eu tenho sede de inovação
(inversamente proporcional a minha criatividade).
Desabafo
número 1: frequento assiduamente aulas de Ciências Humanas há quase 5 anos.
Para os acadêmicos, isso é a infância da academia. Para mim, é sinônimo de
vários “blabla’s” repetidos. Desculpa o desmerecimento.
Fiz
2 anos de cursinho, apenas (?). Já sabia, no 2º ano, qual piada viria na aula
de termodinâmica. Nunca mais esqueci o que eram os espaços intermoleculares (espero não estar me enganando).
Tive
4 semestres de Política com um mesmo professor, nesses 5 anos de vida acadêmica.
Ainda não consigo explicar o Dilema do Prisioneiro sem colar.
Mas
não se engane. Eu adorava frequentar a escola. Ficar em casa me entediava.
Frequentei duas escolas ao mesmo tempo, depois duas faculdades ao mesmo tempo,
só para despistar o tédio. Desabafo número 2.
Numa
boa? Eu não ligo para a rotina, ela só não pode ser entediante. O que é quase impossível.
Aos
meus amigos, ao meu namorado, peço desculpas. Também fico entediada com as convivências
frequentes. Mas passa. Talvez por isso eu lide razoavelmente bem com relações à
distância, até que a distância me canse.
Desculpa
se estou entediando você, caro leitor. As minhas intenções são as melhores.
Desabafo
número 3: Durante a graduação, tive sérios problemas com professores
enfadonhos. E a academia adora criticar o ser
performático. “Professor não é um apresentador sensacionalista, o interesse
vem do aluno.” Ok, que tédio esse argumento me dá. Ele é argumento-primo do “tamanho
não é documento”. E, convenhamos, nunca usaríamos esse argumento se o fato já
não existisse de maneira previamente consumada.
Pessoas
dinâmicas e criativas: sou fã. Vocês têm minha admiração. E não que isso valha muita coisa.
Eu?
Enfadonha, entediante, pouco performática e pouco criativa. Esse texto? Ele não
foge à regra. Quiçá ele é uma exceção que a confirmaria.
Este
é apenas um texto. Esta é apenas uma ideia. Isto ainda é the same old** clichê.
Desculpa
pelo tédio, desculpa mesmo. É que eu não queria ser repetitiva.
*
Referência à pintura de Magritte, a Traição das Imagens.
**
Referência a Basquiat, Samo – Same Old
Shit. Vanguarda da arte de rua estadunidense.
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