quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ceci n'est pas...coisa alguma

Desculpa, caro leitor.

Ceci n’est pas* un texte. Este não é um texto, não mesmo.

Esta, mais que nunca, não é uma crônica.

Isto não é uma ideia.

Este é um bloqueio criativo. Aquele sintoma que, quanto mais acontece, mais tende a acontecer.

Chegam determinados momentos da vida em que tudo é mais do mesmo. O clichê me entendia.
Aqueles que convivem comigo, com frequência se cansam dos meus discursos, sempre repetidos. Eu também me canso deles. Desculpa.

Nos últimos dias, eu comecei inúmeros textos e travei antes mesmo de desenvolvê-los, porque eram previsíveis. É, eu tenho sede de inovação (inversamente proporcional a minha criatividade).

Desabafo número 1: frequento assiduamente aulas de Ciências Humanas há quase 5 anos. Para os acadêmicos, isso é a infância da academia. Para mim, é sinônimo de vários “blabla’s” repetidos. Desculpa o desmerecimento.

Fiz 2 anos de cursinho, apenas (?). Já sabia, no 2º ano, qual piada viria na aula de termodinâmica. Nunca mais esqueci o que eram os espaços intermoleculares (espero não estar me enganando).

Tive 4 semestres de Política com um mesmo professor, nesses 5 anos de vida acadêmica. Ainda não consigo explicar o Dilema do Prisioneiro sem colar.

Mas não se engane. Eu adorava frequentar a escola. Ficar em casa me entediava. Frequentei duas escolas ao mesmo tempo, depois duas faculdades ao mesmo tempo, só para despistar o tédio. Desabafo número 2.

Numa boa? Eu não ligo para a rotina, ela só não pode ser entediante. O que é quase impossível.
Aos meus amigos, ao meu namorado, peço desculpas. Também fico entediada com as convivências frequentes. Mas passa. Talvez por isso eu lide razoavelmente bem com relações à distância, até que a distância me canse.

Desculpa se estou entediando você, caro leitor. As minhas intenções são as melhores.

Desabafo número 3: Durante a graduação, tive sérios problemas com professores enfadonhos. E a academia adora criticar o ser performático. “Professor não é um apresentador sensacionalista, o interesse vem do aluno.” Ok, que tédio esse argumento me dá. Ele é argumento-primo do “tamanho não é documento”. E, convenhamos, nunca usaríamos esse argumento se o fato já não existisse de maneira previamente consumada.

Pessoas dinâmicas e criativas: sou fã. Vocês têm minha admiração. E não que isso valha muita coisa.

Eu? Enfadonha, entediante, pouco performática e pouco criativa. Esse texto? Ele não foge à regra. Quiçá ele é uma exceção que a confirmaria.

Este é apenas um texto. Esta é apenas uma ideia. Isto ainda é the same old** clichê.

Desculpa pelo tédio, desculpa mesmo. É que eu não queria ser repetitiva.

* Referência à pintura de Magritte, a Traição das Imagens.

** Referência a Basquiat, Samo – Same Old Shit. Vanguarda da arte de rua estadunidense.

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