Pela
estrada afora, uma menina sonha sozinha.
Sonhava
em desaprender coisas que não compreendia... Ganância.
Sonhava
com um mundo em que se viveria de essência, mas só se via aparência.
Sonhava
que o amor venceria a dor... Tinha ânsia.
Ganância,
aparência... Dava ânsia.
O
que falta nessa cidade? Dizem que amor.
Mas
sua cidade tinha caixas de metal, onde é ouvido quem buzina mais alto.
As
aves não mais gorjeiam... Rareiam.
Os
céus não têm estrelas, só fumaça e arranha-céu mesmo.
As
várzeas têm resíduos tóxicos.
Os
bosques perdem vida... Incendeiam.
Nossas
vidas privatizaram os amores.
Pudera,
caro Oswald, ter morrido sem ver o progresso de São Paulo. Muito ao Oriente, se
chega ao Ocidente. Progresso pelo progresso e o mundo acabará em regresso.
Não
existe amor em EssePê? Não existe amor. Não existe EssePê.
Licença.
Oswald, Carlos, Vinicius, Boca do Inferno, Criolo e tantos outros. É difícil
resistir a uma tentativa de paródia.
O
sonho já acabou? Esmaeceu.
O
Boca do Inferno se calou. O sabiá? Não sabia assobiar. E minha mãe dizia que se
eu não ficasse quieta, iria apanhar. Mas ela fazia isso só pra rimar.
Minha
terra não tem palmeiras, porque sou corinthiana. E até essa paródia já fizeram.
Mas
eu escrevo o que quiser, porque o texto é meu.
O
sonho é meu.
E
a menina... Bom, a menina sempre serei eu.
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