terça-feira, 1 de setembro de 2015

Falta? Amor. Existe? Exílio. Canção? Da cidade.

Pela estrada afora, uma menina sonha sozinha.

Sonhava em desaprender coisas que não compreendia... Ganância.
Sonhava com um mundo em que se viveria de essência, mas só se via aparência.
Sonhava que o amor venceria a dor... Tinha ânsia.

Ganância, aparência... Dava ânsia.

O que falta nessa cidade? Dizem que amor.

Mas sua cidade tinha caixas de metal, onde é ouvido quem buzina mais alto.
As aves não mais gorjeiam... Rareiam.
Os céus não têm estrelas, só fumaça e arranha-céu mesmo.
As várzeas têm resíduos tóxicos.
Os bosques perdem vida... Incendeiam.
Nossas vidas privatizaram os amores.

Pudera, caro Oswald, ter morrido sem ver o progresso de São Paulo. Muito ao Oriente, se chega ao Ocidente. Progresso pelo progresso e o mundo acabará em regresso.

Não existe amor em EssePê? Não existe amor. Não existe EssePê.
Licença. Oswald, Carlos, Vinicius, Boca do Inferno, Criolo e tantos outros. É difícil resistir a uma tentativa de paródia.

O sonho já acabou? Esmaeceu.
O Boca do Inferno se calou. O sabiá? Não sabia assobiar. E minha mãe dizia que se eu não ficasse quieta, iria apanhar. Mas ela fazia isso só pra rimar.

Minha terra não tem palmeiras, porque sou corinthiana. E até essa paródia já fizeram.

Mas eu escrevo o que quiser, porque o texto é meu.
O sonho é meu.

E a menina... Bom, a menina sempre serei eu.

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